A Prefeitura de Araucária encaminhou à Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 2.723/2025, solicitando autorização para contratar uma operação de crédito de R$ 500 milhões com a Caixa Econômica Federal, com garantia da União, no âmbito do programa FINISA (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento).
A proposta, enviada em regime de urgência, será votada ainda nesta sexta-feira (09) durante a 6ª Sessão Extraordinária. Segundo o texto, os recursos seriam destinados a investimentos em infraestrutura urbana e rural, saúde, educação, aquisição de terrenos, imóveis, máquinas e veículos, entre outros.
Apesar do montante bilionário, o projeto não apresenta qualquer detalhamento sobre o plano de aplicação dos recursos, tampouco anexa documentação básica como a certidão negativa exigida para a contratação de operações de crédito com garantia da União. O projeto revoga uma lei anterior, de 2024, que tratava de operação semelhante, mas sem informar os motivos da revogação nem os resultados do financiamento anterior.
A proposta causou estranheza pela celeridade com que foi apresentada e colocada em pauta, menos de 24 horas após ser protocolada. O valor também chama atenção: em apenas quatro meses de gestão, Gustavo Botogoski tenta aprovar um empréstimo de R$ 500 milhões, quase o mesmo total obtido pelo ex-prefeito Hissam Hussein Dehaini ao longo de oito anos de mandato, período em que foram contratados cerca de R$ 700 milhões em financiamentos.
A votação está prevista para ocorrer ainda hoje, e caso seja aprovada, a autorização abre caminho para o maior endividamento da história recente da cidade, sem garantias mínimas de como, quando e onde o dinheiro será aplicado.
