Levantamento aponta aumento preocupante no número de acidentes e vítimas no estado; motociclistas são os mais afetados
O Paraná vive uma verdadeira epidemia de violência no trânsito. De acordo com levantamento realizado pelas Associações Brasileiras de Medicina do Tráfego (Abramet) e de Medicina de Emergência (Abramede), o estado registra, em média, um acidente de trânsito com pessoas feridas a cada cinco minutos e vinte segundos. Isso equivale a cerca de 269 internações por dia em decorrência de sinistros nas ruas e estradas paranaenses.
Em 2024, o cenário foi ainda mais alarmante: o Paraná bateu recorde de acidentes, com 51.426 ocorrências apenas no primeiro semestre, um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2023. O número de vítimas, entre feridos e ilesos, chegou a 113.204.
As motocicletas seguem liderando as estatísticas de vulnerabilidade. Até o final de abril de 2025, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 833 acidentes envolvendo motos em rodovias federais que cortam o estado. O número de feridos aumentou 6,1% em relação ao ano anterior, totalizando 962 pessoas. Já as mortes cresceram de forma ainda mais expressiva: alta de 21,6%, passando de 37 para 45 vítimas fatais.
Para o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, a situação é crítica e exige respostas urgentes. “É uma questão de saúde pública. Precisamos de ações integradas, com fiscalização, educação no trânsito e investimentos em infraestrutura, para que o Paraná não continue convivendo com tragédias evitáveis”, afirmou.
Especialistas também alertam para a sobrecarga no sistema de saúde. Os atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito consomem recursos consideráveis e afetam a capacidade de resposta em outras áreas da saúde pública.
O crescimento no número de acidentes e vítimas reforça a importância de campanhas como o Maio Amarelo, que buscam conscientizar motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres sobre a responsabilidade de todos na construção de um trânsito mais seguro.
