Mais uma vez, as cuidadoras terceirizadas que atuam nos CMEIs e escolas de Araucária enfrentam o descaso por parte da empresa Bem Brasil, contratada pela Prefeitura para prestar esse serviço essencial. Desta vez, o calote atinge diretamente o pagamento do vale-refeição, um direito básico que deveria ter sido quitado até o início desta semana, mas que não foi depositado.
A justificativa da empresa é de que o pagamento pode ser feito até o dia 15 de junho. Isso significa que as trabalhadoras ficarão metade do mês sem o vale-refeição, comprometendo diretamente sua alimentação e dignidade. Essa situação escancara, mais uma vez, o nível de precarização imposto a essas profissionais.
Não é a primeira vez. Nos últimos anos, a empresa acumula um histórico vergonhoso de calotes e abusos, como atrasos salariais, descontos indevidos durante afastamentos médicos, ausência de férias remuneradas e salários baixíssimos.
Estamos entrando no sexto mês do atual mandato e, até agora, nenhuma medida concreta foi tomada para romper com esse contrato abusivo. A pergunta que fica é: até quando as cuidadoras continuarão sendo tratadas com tamanha negligência? E, caso elas parem, e é mais do que justo que o façam, como ficará a situação dos pais que dependem do atendimento nos CMEIs para poder trabalhar e garantir o sustento de suas famílias?
O impacto desse descaso não atinge apenas as cuidadoras. Ele afeta diretamente o funcionamento das unidades educacionais, prejudica as crianças e desorganiza a vida de centenas de famílias trabalhadoras da nossa cidade. A terceirização se mostra, mais uma vez, como sinônimo de precarização.
O contrato com a Bem Brasil já passou dos limites da tolerância. São inúmeros os motivos para que ele seja imediatamente suspenso e que se pense em alternativas que garantam dignidade e valorização a essas profissionais tão fundamentais.
BASTA DE OMISSÃO, BASTA DE CALOTE, BASTA DE PRECARIZAÇÃO!