O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (16) os dados mais recentes sobre casamentos e divórcios no país, revelando mudanças importantes nas dinâmicas familiares dos brasileiros. O levantamento aponta que o número de casamentos civis voltou a cair em 2023, após um leve crescimento registrado nos dois anos anteriores. Em contrapartida, os divórcios seguem em alta.

De acordo com o IBGE, o Brasil contabilizou cerca de 970 mil casamentos em 2022, número que representa uma recuperação em relação aos anos da pandemia, mas que ainda está abaixo da média histórica de 1,07 milhão de uniões por ano registrada entre 2015 e 2019. Já os dados preliminares de 2023 apontam uma nova retração no número de casamentos, tendência que pode indicar mudanças culturais mais profundas.

Ao mesmo tempo, os divórcios continuam crescendo. Em 2022, foram registrados 420.039 divórcios em todo o país, um aumento de 8,6% em relação ao ano anterior. Desses, a maioria (81,1%) foi realizada por vias judiciais, enquanto 18,9% ocorreram por meio de escrituras públicas, ou seja, de forma extrajudicial.

Outro dado relevante mostra que os brasileiros estão se casando cada vez mais tarde. Em 2022, 24,1% das mulheres que formalizaram uniões tinham 40 anos ou mais, percentual que era de apenas 6,3% no ano 2000. Para os homens, a proporção de casamentos acima dos 40 anos subiu de 10,2% para 30,4% no mesmo período.

Além disso, o tempo médio de duração dos casamentos tem diminuído. Em 2010, a média era de 15,9 anos, enquanto em 2022 caiu para 13,8 anos. Esses dados indicam não apenas uma postergação do casamento, mas também uma maior rotatividade nas relações conjugais.

O estudo também revelou uma mudança no modo como casais com filhos enfrentam o divórcio. A guarda compartilhada, que se tornou obrigatória em 2014, vem sendo adotada com mais frequência. Em 2022, 38% dos divórcios judiciais entre casais com filhos menores optaram por essa modalidade.

Os números divulgados pelo IBGE traçam um retrato das transformações nas estruturas familiares do Brasil. A instituição do casamento tradicional tem dado lugar a novos modelos de relacionamento, mais flexíveis e menos duradouros, refletindo mudanças nos valores, nas prioridades e na autonomia dos indivíduos.

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