RIO DE JANEIRO – A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mergulhou em mais uma crise institucional após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que determinou, na última quinta-feira (15), o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade. A medida, que anulou sua recondução ao cargo até 2030, tem como base suspeitas de falsificação de documentos e irregularidades na formalização do acordo que garantiu sua permanência.

Segundo a decisão judicial, a assinatura de um ex-dirigente da entidade, com comprovada debilidade cognitiva desde 2018, foi utilizada para validar o pacto que reconduziu Ednaldo à presidência — fato que levantou sérias suspeitas sobre a legalidade do processo.

Com a saída de Ednaldo, o vice-presidente Fernando Sarney assumiu a presidência interinamente e convocou eleições para o dia 25 de maio. A manobra tem gerado tensão nos bastidores do futebol brasileiro. Ednaldo reagiu imediatamente e recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar suspender o pleito, alegando interferência indevida do Judiciário na autonomia da CBF, o que poderia inclusive acarretar sanções da FIFA e da Conmebol.

“Há um grave risco de intervenção externa, o que pode causar a suspensão do Brasil de competições internacionais. Estamos lidando com a soberania do futebol brasileiro”, afirmou o advogado de Ednaldo Rodrigues.

Apesar da turbulência, a CBF mantém a programação da Seleção Brasileira, que contará com o italiano Carlo Ancelotti como novo treinador. Ancelotti, atualmente no Real Madrid, tem chegada prevista ao Brasil no dia 26 de maio. A expectativa é que ele anuncie sua primeira convocação para os confrontos contra Equador e Paraguai em junho, válidos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

A contratação do treinador europeu foi uma das últimas ações de Ednaldo antes de seu afastamento e é vista como um trunfo para recuperar o prestígio da seleção, abalada por eliminações precoces e mudanças constantes no comando técnico.

Nos bastidores, dirigentes, conselheiros e federações estaduais avaliam cenários. Há quem defenda a manutenção do processo eleitoral como forma de “virar a página” e restabelecer a legitimidade da entidade. Outros temem que uma eleição realizada sob tamanha instabilidade jurídica acirre ainda mais os conflitos internos.

Em meio ao imbróglio, torcedores e profissionais do futebol observam com apreensão os desdobramentos dessa nova crise que, mais uma vez, escancara a fragilidade institucional da CBF, uma das entidades mais poderosas e controversas do futebol mundial.

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