Durante sua participação no programa “Plug na Política”, da Rádio Plug, o presidente da Câmara Municipal de Araucária, vereador Pastor Castilhos (PL), tentou justificar a paralisação da obra do posto de saúde do Jardim Tupy, no bairro Campina da Barra, com uma narrativa que não resiste a uma simples verificação nos documentos oficiais da própria Prefeitura.

Segundo Castilhos, “o posto do Tupy ficou parado por dois anos, com apenas dois funcionários no local”, e que “tiveram que ir lá agora, ver o que estava acontecendo e, por isso, a obra foi paralisada para tirar a empresa”. No entanto, essas declarações entram em contradição direta com os fatos registrados em atas de fiscalização e documentos administrativos que constam no Processo Administrativo nº 159.196/2024, os quais foram trazidos à tona pelo vereador Gilmar Lisboa (PT) por meio da Indicação nº 1701/2025.

A cronologia da obra é clara: a empresa Bel Arte Construtora iniciou os trabalhos em maio de 2023, ainda sob a gestão do ex-prefeito Hissam Hussein Dehaini. A partir daí, foram várias notificações técnicas apontando falhas no projeto, uso de materiais inadequados e atrasos crescentes. A obra foi completamente abandonada em 19 de fevereiro de 2024. Mesmo assim, a Prefeitura só declarou a rescisão não amigável em outubro de 2024, mas o contrato teve sua vigência encerrada definitivamente em 23 de agosto de 2024.

Ou seja, quando o vereador e os demais parlamentares eleitos assumiram os novos mandatos, o contrato com a empresa já havia terminado. A justificativa de que “tiveram que paralisar a obra agora para tirar a empresa” não apenas é infundada, como ignora que o próprio governo já deveria ter tomado providências antes do fim da vigência contratual.

É importante lembrar que o vereador Pastor Castilhos (PL) exercia mandato de vereador na legislatura anterior, ao lado de outros parlamentares que foram reeleitos. Portanto, ele tinha total acesso à situação da obra e conhecimento do caos que se instalava, com a unidade de saúde sendo vandalizada e serviços pagos sendo deteriorados pelo abandono da empresa. O que ele agora tenta vender como uma descoberta recente é, na verdade, uma omissão prolongada da qual também participou.

A gestão anterior deve ser cobrada e punida, se no caso couber, mas não absolve o governo atual, do qual Castilhos é aliado direto. Afinal, como bem apontado por Gilmar Lisboa (PT), não existe hoje qualquer impedimento jurídico para a retomada das obras, bastando à Prefeitura atualizar a planilha orçamentária e lançar um novo edital licitatório.

Portanto, o que fica evidente é que o discurso do presidente da Câmara busca confundir a opinião pública, desviando o foco da inércia do governo Luiz Gustavo Botogoski (PL), que já teve tempo e meios legais para dar continuidade à obra, mas optou por não fazê-lo.

A população do Jardim Tupy segue sendo prejudicada por essa negligência, atendida de forma precária enquanto autoridades tentam reescrever os fatos para justificar o injustificável.

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