Profissionais da saúde que atuam no Hospital Municipal de Araucária vivem momentos de revolta e indignação. Denúncias recebidas apontam para um cenário de descaso e desrespeito com enfermeiros e técnicos de enfermagem, que mais uma vez têm seus direitos básicos postergados sem qualquer compensação.

Mensagens oficiais divulgadas no grupo de RH da nova organização social que assumiu a gestão do hospital confirmam que o piso salarial da enfermagem, referente aos meses de fevereiro e março, só será pago no final deste mês. A justificativa alegada, “transição” entre a nova direção da OS e a Prefeitura Municipal.

A indignação dos profissionais, no entanto, é legítima. O piso da enfermagem é um recurso garantido pelo Governo Federal e repassado regularmente aos municípios. O que se vê em Araucária é a repetição de um padrão, o dinheiro chega, mas a Prefeitura segura por meses e, quando finalmente repassa para as organizações sociais, estas ainda demoram dias e dias para pagar os trabalhadores.

Enquanto isso, profissionais que estão na linha de frente, muitas vezes arriscando a própria saúde, são obrigados a aguardar sem prazo definido por um direito que é seu. E a pergunta que fica é, quando finalmente receberem, esses trabalhadores serão ressarcidos com juros ou correção? Claro que não. Pagam o preço pelo descaso de uma gestão desorganizada.

E o descalabro não para por aí. Outra mensagem repassada pelo RH da nova OS informa que o vale-transporte referente ao mês de maio ainda não foi creditado. Segundo o comunicado, os boletos foram encaminhados ao setor financeiro e, após a compensação, os créditos seriam liberados. A nota ainda pede “compreensão” e “paciência” dos funcionários.

Mas como ter compreensão diante de tamanha negligência? Como esperar “paciência” de quem precisa tirar do próprio bolso para ir trabalhar? Profissionais que moram na Lapa, por exemplo, estão pagando R$ 16,00 por plantão de transporte, sem qualquer previsão de reembolso.

É inadmissível que em pleno 2025 os profissionais da saúde ainda precisem implorar pelo básico, seu salário e seu vale-transporte. Afinal, a troca de organização social significa um novo começo para a gestão ou uma nova forma de penalizar a categoria? Cadê a organização e o planejamento?

O descaso é tão profundo que já não se trata mais de um problema pontual, mas de uma estrutura de gestão que ignora os direitos trabalhistas e desvaloriza os profissionais que mantêm o hospital funcionando.

A categoria está sendo lesada. Está exausta. E segue esperando que alguma autoridade municipal se pronuncie e, acima de tudo, resolva o problema. O que se espera é respeito. O que se vê é o contrário, negligência e descaso.

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