A organização social IDEAS, responsável pela gestão do Hospital Municipal de Araucária (HMA), emitiu um comunicado oficial reconhecendo que não conseguiu concluir o pagamento de parte dos colaboradores nesta sexta-feira, alegando que excedeu o limite diário de transações via PIX. Também afirmou que tentou alternativas como transferências e agendamentos bancários, mas sem sucesso, devido a prazos das instituições financeiras. A promessa agora é de continuar os pagamentos neste sábado.

No entanto, essa justificativa escancara a falta de organização, planejamento e respeito com os profissionais da saúde. Uma empresa que se apresenta como tendo “know-how em gestão hospitalar” não pode operar a folha de pagamento de forma manual e ainda alegar surpresa com limitações bancárias conhecidas. É inadmissível!

Segundo informações, somente da enfermagem são 37 profissionais afetados, além de colaboradores da recepção e outros setores. A folha já estava atrasada há dias, mesmo após o repasse da Prefeitura Municipal de Araucária ter sido feito no início do mês. Se havia limite de transações, por que os pagamentos não começaram antes?

Mais grave ainda, a IDEAS está com os valores da folha de março da enfermagem desde a sexta-feira da semana passada, ou seja, o recurso está na conta, mas o pagamento não foi feito. Além disso, desde fevereiro há profissionais sem receber o repasse do piso da enfermagem, mesmo com os recursos já transferidos pela Prefeitura.

A Prefeitura de Araucária, por sua vez, não pode lavar as mãos diante de tamanha negligência. Ela é a contratante da organização social e tem a responsabilidade legal e moral de fiscalizar o cumprimento do contrato, garantir que os pagamentos sejam feitos em dia e que os recursos públicos repassados cheguem efetivamente aos trabalhadores.

Trabalhadores da saúde estão sendo humilhados, passando por instabilidade financeira, sem saber se terão dinheiro para cumprir suas obrigações mais básicas. E, nesse cenário, é impossível garantir um atendimento humanizado e de qualidade à população.

Se a IDEAS não tem capacidade para gerir com responsabilidade uma unidade hospitalar desse porte, cabe à Prefeitura rever urgentemente esse contrato e adotar as providências cabíveis. A saúde pública não pode continuar sendo terceirizada para empresas que tratam os profissionais com tamanho descaso.

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