O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, nesta sexta-feira (16), o primeiro caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) registrado em uma granja comercial no Brasil. O foco foi detectado em um matrizeiro de aves no município de Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Até então, desde a identificação do vírus em território nacional em 2023, todos os registros envolviam apenas aves silvestres. Com essa nova ocorrência, o Brasil entra em alerta máximo no setor avícola, especialmente por se tratar de uma unidade produtiva de importância econômica.
Em resposta imediata, o governo federal decretou estado de emergência zoossanitária por 60 dias na área afetada, medida que permite a mobilização mais ágil de recursos e pessoal técnico para conter a disseminação da doença. A granja foi isolada e todas as aves do local estão sendo eliminadas conforme as diretrizes do Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária.
Além disso, equipes do Mapa e da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul iniciaram investigações em um raio de 10 quilômetros para monitorar outras propriedades e possíveis vínculos epidemiológicos. A meta é impedir que o vírus alcance novas unidades comerciais ou criações familiares.
O Mapa reforçou que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos. O risco para a saúde humana permanece baixo, restrito a pessoas que tenham contato direto com aves infectadas. As exportações de produtos avícolas, por ora, seguem inalteradas, mas o caso já foi comunicado oficialmente à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e aos principais parceiros comerciais do país.
Uma coletiva de imprensa foi convocada para esta sexta-feira, às 11h30, na sede da Secretaria da Agricultura do Estado, em Porto Alegre, com o objetivo de detalhar as ações em curso e esclarecer a população.
O Rio Grande do Sul é um dos principais polos de produção avícola do Brasil. O caso gera preocupação não apenas sanitária, mas também econômica, com potencial impacto em toda a cadeia produtiva. Autoridades pedem que os produtores redobrem os cuidados com a biossegurança e notifiquem imediatamente qualquer sinal suspeito nas criações.