O Ministério Público do Paraná (MPPR) protocolou uma ação que pode mudar o rumo político da capital paranaense. O órgão pede a cassação do mandato do prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), e do vice-prefeito Paulo Martins (PL), por suposto abuso de poder político e de autoridade nas eleições municipais de 2024. A ação inclui ainda o pedido de inelegibilidade por oito anos de ambos os gestores, além do ex-prefeito Rafael Greca e do ex-superintendente de TI da prefeitura, Antônio Carlos Pires Rebello.
Segundo a Promotoria de Justiça Eleitoral, investigações apontam que servidores comissionados da administração municipal foram pressionados a comprar convites no valor de R$ 3 mil para um jantar de arrecadação do PSD, realizado em setembro de 2024. O evento tinha como objetivo financiar a campanha de Pimentel à Prefeitura. O MPPR alega que os valores foram pagos em nome de terceiros, dificultando a fiscalização dos recursos e mascarando sua real origem.
O caso se agrava com a existência de áudios que registram ameaças de exoneração a servidores que se recusassem a colaborar com a arrecadação. Para o MPPR, há evidências de uso da máquina pública para fins eleitorais, o que caracteriza grave violação aos princípios democráticos e configura abuso de poder.
Eduardo Pimentel se defendeu das acusações afirmando que sua campanha foi financiada apenas com recursos do Fundo Eleitoral e de doações legalmente registradas por pessoas físicas. Disse ainda que o jantar foi promovido pelo diretório municipal do PSD, sem vínculo direto com sua candidatura, e negou qualquer conhecimento ou participação em práticas ilegais.
A ação será julgada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Caso a Justiça Eleitoral acate o pedido do Ministério Público, Curitiba poderá ter nova eleição para o cargo de prefeito ainda neste ano.
O caso está sendo acompanhado com atenção por lideranças políticas e pela sociedade civil, e promete gerar novos desdobramentos nas próximas semanas.