A economia global começou o mês de maio com sinais de recuperação, após meses de instabilidade geopolítica e desaceleração comercial. Um dos principais marcos desse cenário foi o anúncio de um acordo entre Estados Unidos e China para a redução mútua de tarifas, que promete aliviar a tensão entre as duas maiores economias do mundo e destravar parte do comércio internacional represado desde o início da guerra comercial reacesa em 2024.

Alívio nos Mercados

Logo após o anúncio do acordo tarifário, os principais índices financeiros globais registraram altas expressivas. O Dow Jones avançou 1,8%, enquanto o índice Nikkei, no Japão, subiu 2,3%. Na Europa, o DAX alemão e o CAC francês também tiveram ganhos acima de 1%. Analistas avaliam que o acordo oferece uma janela de 90 dias de trégua, suficiente para destravar investimentos e reduzir incertezas em setores estratégicos como tecnologia, energia e manufatura.

Inflação e juros

Apesar do alívio comercial, a inflação ainda preocupa. Nos Estados Unidos, a inflação anualizada segue acima da meta do Federal Reserve, que mantém os juros em patamar elevado (5,25%). A zona do euro apresenta um cenário misto: enquanto Alemanha e França mostram queda na inflação, países do sul europeu ainda enfrentam pressões nos preços, especialmente em energia e alimentos.

China: retomada cautelosa

A China, por sua vez, vem ensaiando uma retomada com estímulos pontuais ao consumo interno e à exportação. O PIB do primeiro trimestre de 2025 cresceu 4,2%, abaixo das expectativas do governo de Pequim, mas com sinais positivos no setor de tecnologia e energia limpa. O acordo com os EUA tende a favorecer essa recuperação, especialmente com a suspensão temporária das sobretaxas sobre semicondutores e veículos elétricos.

América Latina e Brasil

Na América Latina, o Brasil destaca-se pela estabilidade cambial e redução gradual dos juros, atualmente em 9,75% ao ano. O real valorizou-se frente ao dólar após sinais de confiança externa e superávit na balança comercial. Países como Argentina e Colômbia, no entanto, ainda enfrentam desafios com endividamento público e fuga de capitais.

Especialistas recomendam cautela

Apesar dos sinais de melhora, economistas alertam para os riscos persistentes: guerras prolongadas (como o conflito Israel-Gaza), tensões no leste europeu e mudanças climáticas continuam impactando cadeias produtivas e preços globais. “Estamos vivendo uma fase de ajuste, não de bonança. O mundo precisa estabilizar suas relações políticas para garantir um crescimento sustentável”, afirma a economista Marina Soares, da Fundação Internacional de Economia (FINEC).

 

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