Vivemos em um sistema político que, ao invés de servir ao povo, serve-se dele. Um sistema corrupto, sustentado justamente por aqueles que mais produzem, que mais se sacrificam: o trabalhador. É ele quem paga a conta de um país onde a honestidade é punida com escárnio e a malandragem é recompensada com cargos, salários e influência.

Não é exagero afirmar que o Brasil vive um ciclo vicioso: o trabalhador sustenta o sistema com seus impostos altíssimos e recebe em troca serviços precários, salários desvalorizados, transporte sucateado, saúde deficitária e segurança negligenciada. Enquanto isso, políticos se aproveitam de seus cargos para montar verdadeiros esquemas de enriquecimento ilícito, com dinheiro público como combustível.

As “rachadinhas”, por exemplo, são apenas uma das muitas faces da corrupção institucionalizada. Prática tão comum quanto repulsiva, nela parlamentares obrigam assessores a devolver parte dos salários que recebem – salários pagos com o nosso dinheiro. Pior ainda quando os beneficiados são os próprios familiares ou amigos próximos: sogros, tios, irmãs, esposas, filhos e primos – todos inseridos em um círculo vicioso de nepotismo, favorecimento e impunidade.

E o que dizer dos contratos públicos com empresas apadrinhadas? Em todo o país, o que se vê são licitações manipuladas, acordos escusos e “propinas por fora” em troca de contratos milionários. Empresas inaptas vencem certames, não conseguem cumprir os serviços prometidos, deixam cidades inteiras abandonadas e, para completar o ciclo do absurdo, atrasam ou simplesmente não pagam trabalhadores. Danos morais, materiais, sofrimento. Um rastro de destruição que começa no alto escalão e termina no chão de fábrica ou na enxada do trabalhador rural.

Mas é preciso também fazer uma autocrítica. Esses falsos representantes do povo foram eleitos com o nosso voto. Há culpa coletiva, ainda que diluída, nas urnas. Ainda há quem venda seu voto por uma cesta básica, uma promessa de emprego, ou mesmo por ódio incutido por campanhas milionárias de desinformação. O eleitor que fecha os olhos para a ficha suja do candidato está abrindo caminho para ser enganado, traído e roubado por quatro anos ou mais.

É urgente romper esse ciclo. O povo precisa entender que o poder não está nos gabinetes, mas nas ruas, nas urnas, na pressão popular. Precisamos de mais fiscalização, mais educação política, mais participação cidadã. Não podemos mais aceitar que um sistema podre, viciado, continue alimentando quem vive do suor dos outros.

O Brasil precisa mudar. E essa mudança começa com consciência, coragem e cobrança. Chega de pagar a conta enquanto os de cima fazem a festa.

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