Durante a campanha eleitoral, o atual prefeito de Araucária, Gustavo Botogoski, fez duras críticas ao uso dos radares móveis na cidade, chegando a chamar o sistema de “industria da multa” e prometendo soluções que colocariam fim à utilização desses equipamentos. No entanto, a prática parece seguir na contramão do discurso.
Foi publicado o TERMO ADITIVO Nº 02/2025, que prorroga por mais 12 meses o contrato com a empresa Fiscal Tecnologia e Automação Ltda., responsável pela locação de equipamentos de medição de velocidade veicular – radar portátil com sistema OCR de captura de imagens. O valor estimado do aditivo é de R$ 219.600,00, conforme consta no Processo Administrativo nº 25783/2025 e no Contrato nº 212/2023, originado do Pregão Eletrônico nº 036/2023.
O documento é assinado digitalmente pelo Secretário Municipal de Urbanismo, Walter Emilio Voss, e pelo representante da empresa contratada, Fernando Varella Gewehr.
É importante ressaltar que somos totalmente a favor do controle de velocidade nas vias urbanas. Excesso de velocidade deve sim ser combatido com firmeza e responsabilidade, inclusive com punições. No entanto, o caso de Araucária merece atenção especial.
A cidade tem acumulado críticas pela forma como os radares são utilizados: sem sinalização adequada, em locais de pouca visibilidade e, muitas vezes, com caráter meramente arrecadatório. A promessa de mudança foi clara, mas os atos do governo municipal indicam manutenção da mesma política.
Enquanto o discurso de campanha mirava o fim do que se chamou de “indústria da multa”, o que se vê agora é mais um ano de contrato com os mesmos moldes de gestão de tráfego. Resta saber se o interesse é realmente a segurança do cidadão ou a arrecadação silenciosa nos bastidores.