Em eleição marcada por controvérsias e ausência dos principais clubes do país, Samir de Araújo Xaud foi eleito neste domingo, 25 de maio de 2025, como o novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Único candidato no pleito, Xaud assume o cargo com mandato válido até 2029 e já promete mudanças estruturais no calendário do futebol nacional.
Médico infectologista de 41 anos e ex-presidente da Federação Roraimense de Futebol, Samir Xaud recebeu 103 votos dos 141 possíveis, contando com o apoio de 25 das 27 federações estaduais e de 10 clubes profissionais. A eleição foi boicotada por 18 dos 40 clubes das Séries A e B, entre eles gigantes como Flamengo, Corinthians, São Paulo e Fluminense, que protestaram contra o processo eleitoral conduzido de forma considerada “antidemocrática”.
A votação ocorre após a destituição de Ednaldo Rodrigues, afastado por decisão judicial sob suspeita de irregularidades em um acordo que garantiu sua permanência no cargo anteriormente. A crise institucional levou a CBF a antecipar a eleição, embora sob forte contestação de clubes e entidades do futebol.
Logo após a confirmação do resultado, Xaud anunciou como primeira medida a redução do número de datas dos campeonatos estaduais para 11 a partir da temporada de 2026. A proposta busca atender a uma antiga reivindicação dos clubes e torcedores, que pedem maior racionalidade no calendário e valorização das competições nacionais.
Precisamos modernizar o futebol brasileiro. A redução dos estaduais é o primeiro passo para termos um calendário mais competitivo e alinhado com os interesses dos clubes, atletas e torcedores, declarou o novo presidente.
Outra promessa feita por Xaud foi a de garantir total autonomia ao técnico Carlo Ancelotti, que assumirá oficialmente o comando da Seleção Brasileira nos próximos meses. O dirigente afirmou confiar plenamente no trabalho do treinador italiano e reiterou seu compromisso com a profissionalização da gestão esportiva.
Apesar do respaldo das federações, a eleição de Samir Xaud aprofunda o racha entre a cúpula da CBF e os principais clubes do país, que devem continuar pressionando por uma reforma mais ampla na estrutura da entidade.