Concretizando um sonho de mais de 30 anos da população de Araucária, o Hospital Municipal de Araucária (HMA) foi inaugurado no dia 7 de setembro de 2008, instalado em uma área de 20.000m², com mais de 7.600m² de área construída. Localizado na Rua Rozália Wzorek, 77, no bairro Sabiá, o HMA nasceu com a missão de ser um marco no atendimento público à saúde no município.

Nos primeiros meses de funcionamento, o hospital concentrou seus atendimentos em consultas eletivas, partos, internações nas clínicas médica e obstétrica, além da atuação nas UTIs adulto e neonatal/pediátrica. A expansão seguiu rapidamente, em outubro de 2008 foi inaugurada a unidade de internação pediátrica, em novembro entrou em funcionamento o centro cirúrgico geral e a clínica cirúrgica, e em janeiro de 2009 foi ativado o pronto-socorro, última unidade de atendimento da instituição.

A estrutura administrativa do HMA foi concebida com um Conselho de Administração e um Conselho de Fiscalização, que deveria garantir a transparência e o uso adequado dos recursos públicos. Este último é composto por representantes da Secretaria Municipal de Saúde, do Conselho Municipal de Saúde, do corpo clínico e de colaboradores da unidade, totalizando oito membros responsáveis por auditar e acompanhar a aplicação de verbas no hospital.

Desde sua fundação, a gestão ficou sob responsabilidade da Organização Social Pró-Saúde – Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, tendo como primeiro diretor-geral Danilo Oliveira da Silva, o diretor técnico Dr. Cláudio Bednarczuk e a diretora assistencial Carla Pascoalim Borges.

No entanto, 17 anos após sua inauguração, o cenário encontrado é de colapso. Entre os dias 5 e 9 de maio de 2025, a nova gestora do hospital, a organização social IDEAS, realizou um levantamento técnico completo das condições da unidade. O relatório entregue ao prefeito Gustavo Botogoski (PL) revela uma realidade alarmante: leitos interditados por goteiras ou ausência de camas, consultórios improvisados, falta de equipamentos básicos como ventiladores e monitores, setores sem definição clara de serviços e uma administração fragilizada.

Atualmente, o hospital conta com 81 leitos, mas parte deles está fora de uso. A média mensal é de 7.712 atendimentos nas três frentes do pronto atendimento (infantil, geral e obstétrico) e 559 procedimentos clínicos e cirúrgicos realizados. Tudo isso operado por 507 funcionários CLT e prestadores terceirizados em áreas essenciais como medicina, apoio e engenharia clínica.

Com base no relatório da IDEAS, a série especial “HMA: O LAUDO DO CAOS” vai apresentar, os principais trechos do documento, revelando os bastidores da crise no hospital municipal. A cada capítulo, você vai conhecer os gargalos, a sobrecarga, a precariedade e os desafios enfrentados por quem trabalha e depende do HMA. O objetivo é expor a verdade e cobrar as ações necessárias para resgatar a dignidade da saúde pública em Araucária.

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